Para começar, as fundações são partes invisíveis de uma estrutura após a sua construção, pois se situam abaixo da superfície do terreno, logo, existem dois tipos principais, as fundações rasas e as profundas.
No entanto, nesse artigo o alvo aqui são, somente, as fundações rasas, também chamadas de diretas ou ainda superficiais.
A propósito, elas transferem as cargas da estrutura pela sua base, mediante o contato com o solo, pelas tensões distribuídas.
Sendo assim, elas são elementos cruciais para qualquer construção, seja em uma casa simples, pontes ou um edifício monumental.
Entretanto, antes de projetar as fundações, é vital analisar o solo do local, pois ele deve ser resistente, para suportar as cargas da estrutura, e mantê-las intactas ao longo do tempo.
Agora preste atenção, leia o artigo e aprenda sobre conceitos, tipos e muito mais das fundações rasas.
O Que são Fundações Rasas?
Então, as fundações rasas são elementos estruturais que transferem as cargas para o solo, e dispensam o uso de equipamentos robustos para a sua escavação.
Desse modo, elas são eficazes em transferir cargas para camada de solo, próxima à superfície do terreno, e na maioria dos casos, são executadas de modo manual.
Aliás, a sigla NBR-6122-2022, referida neste artigo, trata-se da norma brasileira para projeto e execução de fundações.
Logo, as fundações rasas, segundo a referida norma, definem-se pela sua base assentada, em profundidades inferiores, a duas vezes sua menor dimensão em planta, com no mínimo de 60 cm.
Por exemplo, considere a menor dimensão de uma sapata de 80 cm, então, a cota máxima de assentamento é inferior a 1 metro e 60 cm (1.6 m).
Entretanto, em casos das fundações serem assentadas em cotas variáveis, ao longo do seu perímetro, adota-se o valor menor como referência, e sempre se respeitam os valores mínimos.
Já nos terrenos com divisas, exceção com fundações apoiadas em rocha, a cota mínima de apoio é maior do que um metro e meio (1.5 m).
Por outro lado, em construções com sapatas ou blocos com dimensões, em sua maioria, menores que 1 (um) metro, é possível reduzir a profundidade mínima de assento das fundações.
Aliás, assegura-se que o solo deve suportar a fundação na sua cota de apoio, e sem nenhuma influência devido a alterações no clima ou umidade.
Base de Concreto Magro (Lastro);
Então, todas as partes das fundações rasas, em contato com o solo, apóiam-se sobre um lastro de concreto, sem função estrutural, e com uma espessura mínima de 5 cm.
Já no caso de terreno rochoso, o lastro serve para regularizar a superfície e, portanto, pode ter uma espessura variável, porém, respeita-se o mínimo de 5 cm.
Quais são os Tipos mais Comuns de Fundações Rasas?
A propósito, vamos tratar agora com mais detalhes sobre os principais tipos de fundações rasas, e incluem:
- Sapatas: Isoladas, Corridas. Associadas e com Viga de Equilíbrio;
- Blocos;
- Radier;
Vamos agora saber mais sobre cada um desses tipos.
Sapatas Simples ou Isoladas;
Então, as sapatas isoladas são elementos de fundação, de concreto armado, com armaduras dispostas na sua base, em duas direções ortogonais, e assim, resistir aos esforços de tração.
Logo, elas suportam e distribuem a carga de pilares individuais, ou seja, de um único pilar, também são fáceis de executar; por isso, reduzem o tempo de construção das fundações.
Dito isso, as sapatas isoladas ou simples possuem formas, em geral, de madeira, apenas nas suas laterais, e reaproveitam-se, pois são planas e verticais, e deste modo, é possível recuperá-las, sem prejuízo da perda de material.
Porém, obtém-se economia com esta fundação, pelo menor consumo de armadura, pois independe das formas e do volume de concreto.
Sendo assim, a sapata mais econômica tem a geometria com base quadrada e armaduras iguais nas duas direções.
Sapatas Corridas;
Já, as sapatas corridas são fundações contínuas, pois correm ao longo de uma extensão, por exemplo, de uma parede ou de uma fila de pilares alinhados.
Sendo assim, elas podem ter seções transversais constantes ou variáveis, e suportam cargas distribuídas, de maneira uniforme, ao longo do seu comprimento.
Deste modo, proporcionam uma excelente distribuição de carga ao longo da fundação, e também, são simples de executar para construções lineares, porém a execução pode ser mais trabalhosa em terrenos mais complexos.
Sapatas Associadas;
Aliás, mais indicadas em locais com restrições de espaço, com cargas acentuadas, e posição de pilares muito próximos uns dos outros.
Sendo assim, nessas situações, usar sapatas isoladas tornam-se inviáveis, devido à falta de espaço adequado para cada sapata se acomodar de forma individual, pois demandam uma área considerável.
Nesse caso, uma solução é interligar as sapatas e construir uma só, comum aos dois pilares, sendo assim, denomina-se sapata associada.
A propósito, as sapatas associadas são uma junção, devido à superposição, de duas sapatas isoladas, para suportar as cargas de dois pilares, muito próximos entre si.
Sapata com Viga de Equilíbrio;
Assim, a sapata com viga de equilíbrio, ou sapata alavancada, é usada quando a carga do pilar não está alinhada com o eixo da fundação, ou está perto de uma divisa ou obstáculo.
Neste tipo de fundação rasa, conecta-se uma viga entre duas sapatas, para distribuir e equilibrar as cargas de forma eficiente.
Sendo assim, essa configuração ajuda a transferir as cargas excêntricas de maneira mais uniforme para o solo.
Logo, ela é ideal para terrenos onde a construção precisa se ajustar a limites de propriedade, ou outras obstruções físicas.
No entanto, torna-se mais complexa em termos de projeto e execução, pois exige um maior consumo de materiais, como concreto e aço.
Portanto, a sapata com viga alavanca oferece uma solução eficaz para cargas excêntricas, e proporciona uma maior estabilidade à estrutura.
Blocos para Fundações Rasas;
Agora, os blocos de fundação rasas são elementos maciços de concreto simples, alvenaria ou pedras.
Portanto, eles costumam ser quadrados ou retangulares, dimensionados de modo que o próprio concreto resista às tensões de tração, eliminando a necessidade de armaduras.
Eles são robustos e podem ser feitos de concreto ciclópico ou usinado, mas a ausência de armaduras restringe sua resistência a tensões mais altas.
Radier;
A propósito, o radier é uma fundação rasa, formada por uma extensa laje de concreto armado ou concreto protendido, com ou sem vigas, e engloba parte ou todos os pilares.
Ele cobre toda a área construída para evitar que as sapatas fiquem muito próximas ou se sobreponham.
Nesse caso, em virtude de cargas elevadas, logo, o radier distribui as cargas de maneira uniforme sobre o solo.
Deste modo, ele torna-se ideal para um solo frágil, pois distribui as cargas de forma homogênea, e assim, minimiza os recalques e as escavações do terreno.
Vantagens das Fundações Rasas:
Para começar, aqui estão alguns do benefícios do uso de fundações rasas:
- Custo mais baixo: geralmente, são mais econômicas devido à menor necessidade de escavação, material e mão de obra;
- Tempo de execução: Por serem mais simples e mais rápidas de construir, aceleram o cronograma da obra;
- Facilidade de inspeção: sua proximidade com a superfície do terreno facilita o acesso para inspeção durante e após a construção;
- Menor impacto ambiental e ecológico, pois perturba menos o solo e transmitem menos vibrações;
- Elimina o uso de estacas e blocos de coroamento, pois são bem mais caros;
No entanto, em regiões com o nível d’água elevado, próximos da superfície do terreno, as fundações rasas tornam-se inadequadas, pois:
- Afeta a compactação e estabilidade do solo próximo à fundação;
- Diminui a capacidade de suporte do solo;
- Maior risco de erosão do solo, com movimentações ao redor das fundações;
- Dificulta a escavação durante a construção das fundações, pois exige drenagem constante e medidas especiais para manter o local seco;
- Aumento dos custos e o tempo de construção;
Dito isso, engenheiro estrutural, geotécnico e construtores envolvem-se e tomam as decisões necessárias para a realização do projeto.
A propósito, é necessário realizar as investigações no solo, determinar a capacidade de carga, a tensão admissível, portanto, as características específicas do terreno onde a fundação será instalada.
Logo, um estudo detalhado do terreno e avaliação de profissionais é o passo principal para adoção mais segura de fundações para uma obra seja a mais simples ou mais complexa.
Conclusão
Enfim, as fundações rasas são uma opção viável e econômica para alguns tipos de construção, pois oferecem simplicidade, menos escavação e rapidez na execução.
No entanto, nem todos os terrenos estão aptos para receber uma obra de engenharia com fundações rasas.
Por essa razão, tudo isso exige-se uma investigação do solo detalhada, ensaios específicos e os relatórios finais para tomadas de decisões.
Embora cada tipo de fundação tenha seus próprios atributos e benefícios, a escolha não se resume a selecionar uma em detrimento da outra.
A essência de um projeto bem-sucedido reside em entender as particularidades do local e garantir que a fundação escolhida esteja alinhada com as demandas do projeto.
Agora é sua vez, deixe nos comentários as suas considerações sobre o uso de fundações rasas.
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