Com o avanço dos materiais e das tecnologias de construção, vamos entender o que é concreto protendido, pois, por meio dele, usa-se uma técnica fascinante, para desenvolver projetos em engenharia estrutural.
No entanto, o concreto armado é um dos materiais mais utilizados na construção civil, pois é fácil de trabalhar, resistente e está disponível em quase todos os lugares.
Logo, ele tem boa resistência à compressão, porém, resistir aos esforços de tração é um empecilho, pois é bem frágil.
Por essa razão, utilizam-se armaduras de aço, nos seus devidos lugares, como em vigas, lajes e outros elementos estruturais, para combater os esforços de tração, e depois concretar, sem nenhuma tensão prévia.
E com a evolução, surge outro material, bem mais resistente à combinação de forças de tração e compressão, o concreto protendido.
Dessa forma, constroem-se estruturas bem mais agradáveis, do ponto de vista de estética, e arrojadas, com estilos arquitetônicos deslumbrantes.
Portanto, leia o artigo agora para facilitar a sua compreensão, pois ele fornece um recurso valioso para você aprender o que é concreto protendido.
O Que é Concreto Protendido?
Então, o concreto protendido é um material de construção, onde se aplica um alongamento inicial na armadura, em suas extremidades, com equipamentos especiais, antes ou após a concretagem do elemento estrutural.
Sendo assim, ao esticar e soltar as armaduras, introduzem-se forças de compressão, na seção transversal do concreto, e neutralizam as futuras tensões de tração, que surgem quando a estrutura é carregada.
Aliás, isso reduz ou elimina a ocorrência de fissuras, e assim, permite a construção de elementos mais leves, logo, com redução de peso.
Portanto, aplicar tensões prévias ao concreto através das armaduras, é possível também, otimizar o uso dos materiais, logo, resulta em estruturas mais resistentes, confortáveis e duradouras.
Perdas de Protensão;
Então, nesse contexto, as perdas de protensão referem-se à redução da força inicial de protensão aplicada as armaduras de aço ao longo do tempo.
Sendo assim, elas atribuem-se a diversos fatores, tanto de natureza imediata quanto diferida, e influenciam o desempenho e a durabilidade das estruturas protendidas.
Portanto, compreender as causas e os efeitos dessas perdas é crucial para o projeto e a manutenção de construções em concreto protendido.
Logo, classificam-se as perdas de protensão em dois tipos principais:
- Perdas Imediatas;
- Perdas Diferidas;
Perdas Imediatas
Por um lado, as perdas imediatas ocorrem logo após a aplicação da força de protensão e incluem vários fenômenos, pois afetam a força inicial aplicada aos cabos de protensão, e incluem:
- Acomodação das Cunhas: Durante a protensão, as cunhas que fixam os cabos podem se ajustar ou assentar. Esse movimento causa uma pequena diminuição na força de protensão, pois o aço retorna, de forma parcial, à sua posição original antes de ser tensionado;
- Deslizamento: Em alguns sistemas de protensão, os cabos deslizam nas ancoragens, durante a aplicação da força de protensão, e resulta em uma redução imediata na força efetiva aplicada aos cabos;
- Atrito: entre os cabos de protensão e as bainhas (no caso de protensão pós-tensionada) causa perdas significativas de força ao longo do comprimento do cabo. Esse atrito ocorre devido ao contato entre o aço e as paredes da bainha durante o tensionamento;
- Encurtamento Elástico do Concreto: Quando o concreto é comprimido pela força de protensão, ele sofre um encurtamento elástico, e provoca uma redução na força de protensão nos cabos, uma vez que o aço também se ajusta a essa deformação;
Perdas Diferidas;
Por outro lado, as perdas diferidas ocorrem ao longo do tempo, após a aplicação inicial da força de protensão, e influenciam-se por vários fatores de longo prazo, tais como:
- Fluência do Concreto: é a deformação lenta e contínua do concreto sob carga constante ao longo do tempo, e ela causa uma diminuição gradual na força de protensão;
- Retração do Concreto: é a redução do volume do concreto devido à perda de umidade, tanto por secagem quanto por reações químicas internas, e assim, provoca uma tensão adicional nos cabos de protensão, logo, diminui a força efetiva ao longo do tempo;
- Relaxação do Aço: é a perda de tensão no aço de protensão quando este é mantido sob deformação constante ao longo do tempo;
Aliás, as perdas de protensão têm um impacto significativo no desempenho das estruturas de concreto protendido, e devem ser consideradas e compensadas no projeto estrutural.
Bem como, para minimizar estas perdas de protensão, adotar outras estratégias, tais como:
- Uso de Aços Especiais com Resistência a Relaxação;
- Controle de Qualidade do Concreto;
- Projetos Precisos de Ancoragens;
Portanto, as perdas de protensão são um fenômeno inevitável, mas previsível, no concreto protendido.
Logo, entender suas causas e efeitos é essencial para o projeto e a construção de estruturas duráveis e eficientes.
Materiais Utilizados no Concreto Protendido;
Pois é, o concreto protendido engloba diversos materiais essenciais, e incluem o concreto simples com cimento, areia, brita, água e aditivos.
Assim como, o aço para protensão, também conhecido como armadura ativa, e uma armadura suplementar, chamada de passiva, em forma de barras e estribos, ou seja, a típica do concreto armado, pois não são protendidas.
No mais, outros materiais, como dispositivos de ancoragem e outros acessórios, por exemplo, dutos, selantes e graxas.
Agora, o concreto precisa ter alta resistência, caso contrário, ele será incapaz de suportar as tensões induzidas pelo processo de protensão e sujeito a trincas de retração.
Já, as armaduras protendidas classificam-se em:
- Fios de Aço: possuem diâmetro variando de 3 a 8 mm e comercializam-se em rolos ou bobinas;
- Cordoalhas: compostas por vários fios torcidos juntos, comuns em configurações com 3 ou 7 fios;
- Cabos: grupos de cordoalhas ou fios unidos em um único conjunto, utilizados em grandes estruturas como pontes;
Exemplos da Designação de Armadura para Protensão:
- CP 175 RN: indica um tipo de aço para Concreto Protendido com resistência à tração última de 175 kgf/mm² (equivalente a 1.750 MPa) e relaxação normal;
- CP 190 RB: representa outro tipo de aço para Concreto Protendido, com resistência à tração última de 190 kgf/mm² (equivalente a 1.900 MPa) e relaxação baixa;
Agora, vamos entrar com mais detalhes nos sistemas de protensão, portanto, continue na leitura.
Sistemas de Protensão;
Por outro lado, a protensão do concreto pode ser classificada em dois sistemas principais:
- Pré-Tensão com aderência a mais comum;
- Pós-Tensão com ou sem aderência;
Portanto, compreender a diferença entre essas duas metodologias é fundamental, para o uso eficaz do concreto protendido, em projetos de engenharia estrutural.
Pré-Tensão no Concreto Protendido com Aderência Inicial;
Então, no método de pré-tensão, os fios ou barras de aço são esticados por macacos hidráulicos e o concreto é colocado nas formas, conforme o tamanho requerido (Comprimento x Largura x Altura).
A propósito, os fios ou cordoalhas de aço são tensionados antes da concretagem, e ancorados nas extremidades até uma força específica, um pouco abaixo do seu limite elástico.
Em seguida, lança-se o concreto na forma, e envolve-se e adere aos fios ou cordoalhas tensionados.
Logo após o concreto alcançar a resistência necessária, liberam-se os elementos de aço das ancoragens, e devido à aderência entre o aço e o concreto, a força de protensão transfere-se para o concreto.
Essa transferência é essencial para criar a compressão desejada na peça de concreto, que ajuda a resistir às tensões de tração induzidas pelas cargas externas.
Logo, o sistema de pré-tensão é muito útil para produção fora do canteiro de obras, isto é, em fábricas para estruturas pré-moldadas.
Dessa forma, a produção em massa de unidades de concreto protendido é realizada na fábrica e transportada para o local de construção.
Portanto, esse método reduz o tempo e o custo de construção, e ideal para estruturas pré-moldadas.
Pós-Tensão no Concreto Protendido;
Aliás, o processo de pós-tensão envolve uma série de etapas, e começam com a fabricação da peça de concreto, que inclui dutos ou bainhas ao longo de seu comprimento.
Sendo assim, projetam-se esses dutos nos locais das armaduras, para abrigar o aço da protensão, em geral, na forma de cordoalhas, pois serão inseridas após a concretagem.
Logo, esses dutos funcionam como canais para o aço de protensão, e assim, ele possa ser tensionado após o concreto endurecer.
Aliás, depois que o concreto atinge uma resistência adequada, as cordoalhas de aço são inseridas nas bainhas de uma extremidade a outra da peça.
Essa etapa é crucial para garantir que o aço esteja bem posicionado para o tensionamento subsequente.
Uma vez que o concreto esteja resistente, a armadura de protensão é tensionada, e fixa nas bordas externas, com um cilindro hidráulico, localizado em uma delas (ancoragem ativa).
E por aí, onde se aplica a tensão e comprime a peça de concreto pelas extremidades.
E assim, após o tensionamento, libera-se a força no cilindro hidráulico de forma gradual, e a armadura tende a voltar à sua deformação original, pois desliza alguns milímetros.
Portanto, essa compressão aumenta a resistência da peça às cargas externas, e melhora seu desempenho estrutural.
Sistemas de Pós-Tensão no Concreto Protendido;
No entanto, em muitos casos, preenchem-se as bainhas com uma calda (nata) de cimento após a fixação da armadura.
Esse processo, chamado de pós-tensão com aderência, proporciona uma ligação adicional entre o aço de protensão e o concreto, pois a calda de cimento endurece, e cria uma aderência sólida entre o aço e o concreto.
Por outro lado, em outros casos, revestem-se as cordoalhas com graxa ou outros materiais, para permitir um movimento relativo entre o aço e o concreto.
Aliás, este é o mecanismo da pós-tensão sem aderência, e essa abordagem é bem útil em projetos de pontes, lajes de grandes áreas e outras estruturas.
Em resumo, o método da pré-tensão oferece um controle de qualidade superior em ambiente industrial e é ideal para elementos pré-fabricados, mas é limitado em termos de tamanho e logística de transporte.
Já o pós-tensionamento, por outro lado, oferece maior flexibilidade e é mais adequado para grandes obras “in situ”, permitindo ajustes no campo e a construção de estruturas mais complexas.
Portanto, a escolha da técnica depende de diversos fatores, por exemplo, o tipo de estrutura, disponibilidade de mão de obra e empresas especializadas no local.
Desafios e Limitações do Concreto Protendido;
A propósito, o concreto protendido exige um investimento inicial significativo em materiais e equipamentos especiais.
Sendo assim, o aço de alta resistência utilizado nos cabos de protensão é mais caro que o aço comum usado em concreto armado.
E também, a necessidade de macacos hidráulicos, dispositivos de ancoragem e outros equipamentos específicos, aumenta os custos iniciais do projeto.
Porém, compensam-se esses investimentos pela durabilidade e eficiência do material, mas representam uma barreira inicial para alguns projetos.
Por outro lado, o uso da técnica requer engenheiros, técnicos e mão de obra, isto é, todos com domínio no assunto, e assim, compreendam os princípios da protensão e saibam operar os equipamentos necessários.
Aplicações da Protensão no Concreto;
A propósito, o concreto protendido é muito utilizado em diversas aplicações, tais como:
- Pontes;
- Viadutos;
- Edifícios Altos;
- Pavimentos Industriais;
- Estruturas Marítimas e Portuárias;
- Reservatórios;
- Barragens;
- Silos;
- Túneis;
- Estádios;
- Ginásios;
Desse modo, o uso deste material adquire bem mais notoriedade na construção civil.
Integração do Concreto Protendido com Tecnologias;
Por exemplo:
- BIM (Modelagem da Informação da Construção),
- IoT (Internet das Coisas);
- Realidade Aumentada;
- Realidade Virtual;
Desse modo, o BIM é uma ferramenta essencial, pois permite uma visualização mais precisa e colaborativa de todo o ciclo de vida do projeto.
Sendo assim, ao criar modelos digitais com detalhes das estruturas protendidas, os engenheiros otimizam o projeto e coordenam melhor as equipes.
Já, a internet das coisas permite monitorar em tempo real o desempenho das estruturas. Qual o segredo?
Por meio de sensores instalados nas estruturas protendidas, por exemplo, pontes, e assim, coletar uma gama de dados, e incluem tensões, deslocamentos, temperatura e umidade.
Logo, essas informações permitem uma avaliação contínua da integridade estrutural, e identificam de forma precoce, quaisquer anomalias ou sinais de falha potencial.
E como resultado, os gestores de infraestrutura implementam medidas corretivas proativas, para garantir a segurança e prolongar a vida útil das estruturas.
Por outro lado, a realidade aumentada e virtual estão mais presentes nos canteiros de obras, e oferecem novas formas de planejamento, simulação e treinamento.
Com o auxílio de dispositivos, os trabalhadores visualizam modelos digitais em 3D no local de construção.
E assim, facilita a compreensão das tarefas, melhora a precisão da execução das estruturas protendidas e reduz o tempo de inatividade.
Portanto, essa integração de tecnologias impulsiona a indústria das engenharias, em direção a um mundo mais conectado, eficiente e sustentável.
Dessa forma, podemos esperar avanços ainda mais significativos, do ponto de vista tecnológico, na área de concreto protendido.
Considerações Finais sobre Concreto Protendido;
E assim, você aprendeu o que é concreto protendido, pois ele representa uma evolução marcante na engenharia civil, e oferece uma combinação única de resistência, longevidade e eficiência.
Sendo assim, ao empregar técnicas avançadas de protensão, permite-se a criação de estruturas mais leves, mais esbeltas e mais duráveis.
Aproveite agora e leia também um artigo completo sobre qual a definição de concreto armado.
Sumário
- 1 O Que é Concreto Protendido?
- 2 Perdas de Protensão;
- 3 Materiais Utilizados no Concreto Protendido;
- 4 Sistemas de Protensão;
- 5 Desafios e Limitações do Concreto Protendido;
- 6 Aplicações da Protensão no Concreto;
- 7 Integração do Concreto Protendido com Tecnologias;
- 8 Considerações Finais sobre Concreto Protendido;
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